Nesta segunda-feira, 28/12/20, um grupo de mandatos populares ligados ao PSB, PSOL e PT apresentou uma nova “chapa” para concorre a quatro dos cinco cargos componentes da Mesa Diretora da Câmara de Ribeirão Preto. O grupo é composto por França (PSB), que exerceu parte de um mandato na Câmara, após assumir como suplente, e agora foi eleito para seu primeiro mandato, além dos eleitos pela primeira vez: mandato coletivo Ramon Todas as Vozes (PSOL), mandato Coletivo Popular Judeti Zilli (PT), e a vereadora Duda Hidalgo (PT). A formação claramente objetiva marcar o discurso de renovação e, de acordo com um manifesto lançado para divulgar a candidatura (veja abaixo), formar um bloco por uma Câmara Independente e Popular, para atuar em prol de uma Mesa Diretora mais representativa e um Legislativo alinhado aos anseios do povo ribeirão-pretano.
A eleição da Mesa Diretora acontece no dia 1º de janeiro de 2021, logo após os parlamentares tomarem posse. Além do presidente, a Mesa Diretora ainda conta com dois vice-presidentes e dois secretários. A proposta do grupo tem a seguinte configuração:
Presidenta: Duda Hidalgo
Vice-Presidente: Ramon /Todas as Vozes
Secretário: França
Secretária: Judeti Zilli /Coletivo Popular
O Manifesto na íntegra
Manifesto para a Eleição da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto: Por uma Câmara atenta aos anseios do povo de Ribeirão
Preto!
O ano de 2020 foi um ano de muito sofrimento para o povo ribeirão pretano. A pandemia da COVID-19 foi responsável por mais de 900 mortos e 37500 infectados em Ribeirão Preto. A condução da situação pelos governos federal, estadual e municipal foi desastrosa e a população se encontra hoje em meio a uma epidemia e a uma crise econômica que vem se arrastando desde 2016.
As eleições municipais de 2020 foram marcadas por um sopro de mudança. Se de um lado tivemos uma alta abstenção — que para além do contexto da pandemia — mostrou o descontentamento de grande parte da população com a política; de outro, tivemos algumas boas surpresas nas eleições para a Câmara. Há anos a população ribeirão-pretana não elegia um grupo de parlamentares tão diretamente ligados às pautas mais urgentes das chamadas minorias políticas.
A representatividade e renovação política foram demandas que culminaram na entrada de novos representantes, que apresentaram campanhas pautadas na defesa das lutas das periferias da cidade. Essa mudança causada pelos novos mandatos eleitos fortaleceu também a presença e o protagonismo político de mulheres, jovens, negras e negros e LGBTQIAP+, das pessoas representantes de associações de moradores, territórios e periferias — uma vitória do povo. Além disso, pela primeira vez na história da cidade, foram apresentados mandatos coletivos, novos modelos que propõem outras formas de governança e que pautam a necessidade de mudanças para o exercício da política institucional. A população votou e elegeu dois deles.
Considerando tudo isso, é nosso dever, a partir dos mandatos que nos foram conferidos, dentro da Câmara de Vereadores, responder a esses anseios. Nós temos o compromisso e a responsabilidade de estar ao lado de políticas públicas e projetos inclusivos, que combatam a desigualdade tão gritante em nossa cidade. E é justamente por isso que não podemos compactuar com a continuidade de uma Câmara que retira direitos em final de mandato, fechada a discussões com a sociedade civil, como ocorrido recentemente durante a votação do Instituto de Previdência dos Municipiários, que ataca o funcionalismo público. Além disso, mencionamos também a política mal sucedida do governo no combate à pandemia e as inúmeras reintegrações de posse em meio à calamidade pública, que aumentaram a situação de vulnerabilidade e insegurança de centenas de famílias ao longo de 2020, a mando da Prefeitura de Duarte Nogueira.
Nós, vereadores do campo progressista, temos a responsabilidade de combater, dentro e fora do Parlamento, as políticas antidemocráticas, o desrespeito às garantias e aos direitos sociais, como a saúde, o emprego, a renda, a moradia, a segurança alimentar, a educação e a cultura. É nesse sentido, que acreditamos que o Poder Legislativo deve ser independente ao Poder Executivo, em respeito à Constituição, à Lei Orgânica do Município e ao Regimento Interno da Câmara, não podendo cumprir o papel de mero acessório e conivente com a Prefeitura, sem discussão e participação social. É nosso papel atuar em defesa da democracia e dos direitos fundamentais, que têm sido negados à maioria da população ribeirão-pretana.
Diante de tudo isso, lutaremos por uma Câmara aberta ao povo e que com ele construa saídas para a atual crise sanitária e social em que nos encontramos. Lutamos por mais participação social e para resgatar a esperança com a política e a transformação social. Por isso decidimos conformar um Bloco por uma Câmara Independente e Popular, e atuar em prol de uma Mesa Diretora mais representativa e um legislativo alinhado aos anseios do povo ribeirão-pretano.
Ribeirão Preto, 27 de dezembro de 2020.
Assinam: Duda Hidalgo | França | Mandato coletivo Ramon Todas as Vozes (Ramon Faustino, Anita Silva, Flávio Racy, Jéssica Romero, Márcia Rubiano, Patrícia Cardoso, Sheila Brandão, Viviane Silva, Mileide Melo | Coletivo Popular Judeti Zilli (Judeti Zilli, Adria Maria, Danilo Valentim, Silvia Diogo, Paulo Honório.
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