Leonardo Placciti é proprietário e gestor da Egrégora, espaço cultural que tem a proposta de propagar as artes e os saberes de maneira independente e não institucionalizada. A palavra da língua grega nos remete a uma confraria de várias pessoas com objetivos, valores e ideias em comum. O espaço se localiza na Rua Pompeu de Camargo, nº 282, nos Campos Elíseos e vale a pena conhecer pessoalmente, mas saiba um pouco mais sobre a importância cultural dessa proposta nesse entrevista publicada pelo jornal Tribuna em 17/09/18.
Professor Lages – Leonardo, como você define hoje o que é a Egrégora?
Leonardo: A Egrégora hoje é um local que oferece suporte e incentivo ao desenvolvimento dos saberes e das capacidades artísticas diversas.
Isso por intermédio do nosso estúdio e dos inúmeros eventos festivos, aulas e exposições que organizamos periodicamente.
Como foi no início, quais foram os desafios para a concretização dessa ideia?
O local se iniciou com o estúdio musical (Estúdio Placciti) em outubro de 2011, que oferecia e ainda oferece espaço para ensaio, gravação, aluguel de equipamentos, e aulas de instrumentos musicais. No início, ele era administrado pelo meu irmão André Placciti, que permaneceu nessa função até meados de 2013, e que atualmente colabora com o fornecimento e manutenção de equipamentos. A ideia da Egrégora surgiu justamente em função desta transição, pois, a partir de 2013, fui assumindo periodicamente todas as funções e responsabilidades deste estúdio e, quando ela se deu por completa, me surgiu a vontade e a possibilidade de englobar outras iniciativas no local. As maiores dificuldades sempre foram de cunho financeiro, pois o local é independente e privado, nunca recebemos nenhum tipo de ajuda externa, a não ser a da própria família.
Outras dificuldades existiram e ainda existem, mas sempre foram mais simples de serem contornadas.
Sabemos que o Egrégora tem uma pegada forte na formação. Como ocorrem esses momentos de formação? Que temas predominam? Quem participa?
Sim, o local tem o intuito de estimular o desenvolvimento das nossas faculdades artísticas e filosóficas.
Na nossa visão eles ocorrem por intermédio dos serviços que o estúdio oferece, e pelos eventos (festas) que organizamos periodicamente.
Nos eventos por exemplo, sempre convidamos um artista local para expor o seu trabalho, seja no campo da pintura, desenho, artesanato, fotografia, poesia, grafite, e entre outros.
Na música, damos preferência (mas não com exclusividade) aos grupos e bandas que possuem produção própria, com shows e apresentações no nosso espaço.
O local também oferece atualmente aulas e debates gratuitos, que englobam temas históricos, filmes, livros e séries de TV.
Podemos afirmar que o Egrégora já tem um público definido? Que público é este?
Eu não diria que o público é nosso, mas é um público bem diverso, assim como a nossa própria programação e proposta, que dificilmente segue um padrão ou uma norma.
Explica pra gente porque a denominação “Egrégora” para este espaço de convivência, Leonardo.
Por que uma Egrégora é um local de preparação, um local de passagem, um corpo ou estrutura que te auxilia em determinado momento de nossa vida.
O que vem por aí de projetos futuros? Você já pode anunciar alguma coisa?
Além de continuarmos com os serviços que já oferecemos, temos também o intuito de oferecer pequenos cursos e aulas no campo da pintura, desenho e artesanato. Isso já para o próximo ano. Agora um dos nossos maiores objetivos, é nos tornarmos uma pequena produtora musical independente, coisa que deve acontecer (assim esperamos) dentro dos próximos anos.