Um dos aspectos mais estarrecedores deste desgoverno da extrema-direita é o entreguismo. A princípio, este é um termo bastante popular para designar a política de entrega das nossas riquezas naturais e das nossas empresas nacionais a grupos estrangeiros. Alguém duvida que será exatamente isso que se pretende com a Eletrobrás? A mídia neoliberal ainda critica Bolsonaro porque só agora ele conseguiu privatizar uma grande estatal. Ela mostra a sua cara com a maior falta de pudor. Não fala que este é mais um crime contra a nossa soberania e o nosso futuro. É a entrega da Eletrobrás a preço de banana.
Um jagunço foi escalado para privatizar a Eletrobrás
Do mesmo modo, o sinal verde do Tribunal de Contas da União (TCU) para a venda da empresa. Este é mais um capítulo da agenda do golpe de 2016, que abriu o atual período de desmonte de estatais e de empresas públicas estratégicas para o desenvolvimento econômico e soberano do país. Apenas o voto do ministro Vital do Rego foi contrário a este embuste. Além disso, ele chegou a dizer que a estatal está sendo “saqueada” e “será vendida pela metade do preço que vale”. A maior empresa de geração de energia do Brasil teve seu processo de privatização iniciado no governo Temer e foi acelerado no atual desgoverno.
Como afirmou o jornalista Milton Alves, em sua coluna no 247, o recém nomeado ministro de Minas e Energia, “Adolfo Sachsida, um jagunço escalado para privatizar a Eletrobrás, quer iniciar o falsamente chamado processo de “capitalização” ainda no mês de junho. O plano é reduzir a participação acionária da União de 72% para 45% do capital, uma criminosa liquidação do patrimônio público para engordar mais ainda os fabulosos lucros de acionistas e especuladores. É o que já acontece com a Petrobras, com os brasileiros pagando a gasolina mais cara do mundo.” Falou e disse tudo! É a entrega da Eletrobrás a preço de banana.
Perda da soberania e da segurança energética
Enfim, esse filme nós já vimos… e ele vem desde os governos do PSDB. Assim como a lorota de que o privado é melhor do que o estatal. Isso foi repetidamente, utilizado para justificar o entreguismo vil e barato dos sanguessugas, sempre à espreita do patrimônio duramente construído pelo nosso povo. Sabemos muito bem que o efeito imediato da privatização da Eletrobrás será a elevação brutal das contas de luz. A população trabalhadora é que, afinal, vai pagar o pato. Além da piora da qualidade dos serviços, que é a experiência e o resultado prático das privatizações em setores essenciais, impactando de forma negativa o cotidiano da população.
O ex-presidente Lula deixou muito clara a sua posição ao afirmar que “só quem não sabe governar tenta vender empresas estratégicas, ainda mais correndo para vender em liquidação”. Seja como for, o Brasil vai perder sua soberania e segurança energética com a privatização da Eletrobrás. “O esquartejamento continuado da Petrobrás, o processo em curso de privatização da Eletrobrás e dos Correios indicam a necessidade urgente da remoção de Bolsonaro do governo. Mais uma vez fica claro que a política neoliberal de Bolsonaro é inseparável de suas ameaças autoritárias e golpistas”, concluiu Milton Alves o seu artigo.
Na contramão da tendência muncial
Da mesma forma, muitos especialistas e estudiosos do setor energético afirmam que a privatização da Eletrobrás vai provocar, também, uma profunda desorganização do setor elétrico brasileiro, com repercussões muito negativas a curto e médio prazo para toda sociedade. Enfim, o cenário internacional, conturbado pela guerra na Ucrânia, exige uma política mais corajosa de fortalecimento do setor estatal de energia. A maioria dos governos de países mais desenvolvidos tem adotado políticas de proteção e salvaguardas. Afinal, o governo criminoso e entreguista de Bolsonaro vai na contramão dessa tendência mundial. Kyrie eleison!
O jornal TRIBUNA publicou originalmente este artigo na sua edição doa dia 28 de maio de 2022
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