Uma das figuras mais abjetas deste desgoverno é a ex-ministra da mulher, da família e dos direitos humanos, Damares Alves. Ela é uma perversão em pessoa, nunca teve e nunca terá perfil para uma pasta como essa. Independente dos traumas que ela sofreu – e principalmente por eles – deveria ter buscado tratamento psicanalítico para fechar suas feridas. Mas, ao contrário, sai por aí contaminando discursos públicos com suas neuroses advindas talvez dos abusos na infância, como relatados por ela mesma. Essa mulher é uma pervertida.
Uma bizarrice que teve mais de 700 mil votos
Em vez de se sentar em um divã, ela vai a uma plateia onde havia crianças. Nesse sentido, sem o menor equilíbrio e pudor, usando de fantasias que são suas, e não da esquerda, como gosta de atribuir, poluiu a ingenuidade e a pureza das crianças presentes, descortinando prematuramente para elas um mundo de perversidades e perversões que são dela. Quantas dessas crianças chegaram em casa querendo saber das mães e dos pais o que era aquilo que ouviram? Quantas não saíram de lá apavoradas, com medo de perder os dentes para o tal do “sexo oral”? Essa mulher é uma pervertida.
O bolsonarismo, essa chaga que ocupa o desgoverno, tem o dom de nos brindar com taças cheias da ignorância, pratos fartos e indigestos de ódio e de preconceito, com uma seleção infame dos piores quadros que já surgiram na política nacional. Como escreveu o jornalista Gilvandro Filho, “convenhamos, no extremo oposto da beleza e do charme da incrível Gilda de Rita Hayworth, nunca houve uma mulher como Damares”. Em suma, a extrema-direita faz surgir em nosso país um ser tão bizarro como essa criatura, eleita agora com mais de 700 mil votos de bolsonaristas fanáticos no Distrito Federal.
Ou é mentira ou é prevaricação
Com certeza, no futuro, Damares Alves será objeto de estudos científicos. Afinal, é algo que precisa ser melhor compreendido pela ciência. Agora, ela precisa apenas ser barrada em sua sanha de transformar a fé em mentira, a religião em fanatismo, a chantagem em ferramenta, a maldade em doutrina, como escreveu Gilvandro Filho. Até agora, a criatura, na execrável função de bajular o seu criador e mito, vinha apenas sendo patética. Seus delírios serviam até para nos divertir, como o Jesus na goiabeira. Agora, ela passou de todos os limites. Essa mulher é uma pervertida.
Se todas as barbaridades por ela narradas forem verdadeiras, Damares cometeu crime de prevaricação, quando uma autoridade tem conhecimento de um crime e não apura devida e imediatamente. Afinal, em sua gestão, nenhum inquérito foi aberto para investigar tal escândalo. Não basta projeto sem recursos, como agora vem dizendo que fez. A sua “revelação” foi na Assembleia de Deus Ministério Fama, de Goiânia, na presença da primeira-dama. Dessa forma, podemos ver as ressignificações contínuas da “mamadeira de piroca” dos bolsonaristas evangélicos.
Esta mulher já assusta até as crianças
Como escreveu o jornalista Moisés Mendes, não se imagina que ela possa vir a sofrer algum tipo de punição antes de assumir. Mas sem Bolsonaro, perderá proteção, mesmo que tenha imunidades de eleita. Assim, a derrota do futuro presidiário é fundamental para nos livrar desse mostrengo e de outros mais que povoaram o cenário político nos últimos quatro anos. “Damares não se apresentará apenas como um possível ponto esdrúxulo fora da curva no Congresso. Ela, Sergio Moro, Hamilton Mourão e o Astronauta são a curva, com variações próprias”, ainda lembrou Moisés Mendes.
Damares é a caricatura do novo normal. Mídia, Congresso, Supremo, TSE e outras instâncias sabem perfeitamente disso, porque trataram e continuam tratando o fascismo com brandura. O centro engolido pelo bolsonarismo ajudou a criá-lo. Ela é uma estrela resplandecente de uma turma que tem metade dos votos dos brasileiros. Mas talvez seja também o maior problema desse grupo, pelos impulsos moralistas que disseminam fake news sempre associados à repulsa ao sexo. Damares passa dos limites e, agora, assusta até as crianças. Enfim, todo cuidado é pouco.
Este artigo também foi publicado no jornal TRIBUNA na sua edição do dia 15/10/2022.
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