Só a grande mídia ainda não admitiu isso. Mas sabemos que ela também tem parte considerável em todo esse enredo. E como tem! Na primeira metade do século XIX, o escritor dinamarquês Hans Christian Andersen escreveu um conto que, pelo seu valor simbólico, ficou rapidamente conhecido no mundo inteiro. Então… era uma vez um bandido espertalhão e um rei extremamente vaidoso. A princípio, a analogia cai, agora, como uma luva para tirar, de vez, a máscara do ex-juiz Sérgio Moro e seu comparsa Deltan Dallagnol. O rei está nu!
Tudo em família
Moro, Deltan e o lavajatismo ficaram totalmente nus após o depoimento de Tacla Duran ao juiz Eduardo Felipe Appio, da 13ª Vara de Curitiba, na última segunda feira. Nesse sentido, Duran denunciou que, para não ser preso pela Lava Jato, foi vítima de tentativa de extorsão por um elemento do círculo social e familiar direto do ex-juiz e atual senador Sérgio Moro. O autor da tentativa de extorsão foi o advogado Carlos Zucolotto Júnior, padrinho de casamento do casal Sérgio e Rosângela Moro.
Zucolotto, que era também sócio de Rosângela no escritório de advocacia que ambos mantinham em Curitiba, procurou Duran para oferecer um acordo de delação premiada, a ser referendado por um tal de “DD”. Assim, para não ser preso, foi cobrado de Duran o valor de 5 milhões de dólares, o equivalente a 26 milhões de reais ao câmbio atual. Além disso, ele informou que chegou a transferir uma primeira parcela de 613 mil dólares para o escritório de Marlus Arns, outro advogado, sócio de Rosângela Moro.
A hora da verdade chegou
Duran ainda declarou ao novo juiz da Lava Jato que, como acabou não pagando as demais parcelas combinadas, Moro decretou sua prisão preventiva. Depôs ainda que a Lava Jato passou a persegui-lo porque “não aceitou ser extorquido”. Como, agora, os denunciados pelo crime de extorsão possuem foro privilegiado, o juiz Eduardo Appio decidiu encaminhar o processo para o Supremo. O rei está nu! Duran ainda entrou no programa de proteção a testemunhas.
Moro e Dallagnol sabem perfeitamente que as chances de se safarem são muito maiores nas instâncias inferiores do judiciário. Por isso, o ex-juiz já está ensaiando renunciar ao foro privilegiado. No STF, as chances de condenação deles são enormes. Basta ver as decisões já tomadas pelos seus ministros contra o lavajatismo. Então, a hora da verdade chegou para os maiores farsantes da história política recente do Brasil. Os criadores de Bolsonaro estão, agora, encurralados. O rei está nu!
O maior crime de corrupção judicial
A hora da verdade também chegou para a grande mídia que, com seu jornalismo contra Lula e o PT, foi essencial para que o maior crime de corrupção judicial da história do Brasil se concretizasse. Até agora, William Bonner e Renata Vasconcellos não falaram um “a” sobre o depoimento de Tacla Duran. Mas é uma grande oportunidade para essa mídia se reconciliar com a verdade e a democracia. Para isso precisa se comprometer com a história verdadeira do Brasil.
A mídia está ganhando uma grande chance para fazer sua autocrítica histórica, mas duvido que a faça. Moro, Deltan e o lavajatismo ficaram totalmente nus. São irrecuperáveis. Encobrir esta corja para manter viva uma arma antipetista de ameaça e chantagem permanente, como vem acontecendo, só aumenta o risco de o Brasil não conseguir sair do precipício em que a extrema-direita o lançou. Por fim, são muitas as cartas em jogo neste momento. Que os democratas se mantenham alertas!
O jornal Tribuna Ribeirão também publicou este artigo na sua edição do dia 01/04/2023
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